As necessidades nutricionais em pediatria variam de acordo com a idade, o sexo e a presença de condições associadas, pois esses fatores acabam por interferir nas demandas metabólicas. Para administração do suporte nutricional enteral, faz-se necessário individualizar esses requisitos de cada paciente, a fim de ofertar a quantidade adequada, de acordo com suas condições clínicas.
Logo na tabela abaixo, sugere-se parâmetros para definir demandas energéticas em pacientes pediátricos em unidades de cuidados intensivos. Recomenda-se que os valores da fase aguda e da fase estável sejam aplicados a esses pacientes criticamente enfermos, porém os valores da fase de recuperação podem ser aplicados aos demais pacientes.
Idealmente, a medida da energia de repouso deve ser aferida por calorimetria indireta. Quando esta não for viável, recomenda-se o uso da Equação de Schofield ou da FAO/WHO para estimar o gasto energético basal (GEB), sem a adição de fatores de estresse. Foi demonstrado por alguns estudos que o uso de fatores de correção para situações de estresse podem superestimar os valores de GEB obtidos, entretanto, a título de informação, os mesmo também estão demonstrados logo a seguir.
Para crianças desnutridas em recuperação, com necessidade de oferta calórica adicional, recomenda-se a utilização do peso referente ao percentil 50 de peso para estatura (P/E) para cálculo de necessidade energética nas fórmulas acima. Para pacientes em cuidados intensivos, ao final da primeira semana de alimentação, deseja-se oferecer ao menos 2/3 do valor energético total requerido para melhor prognóstico, porém esta orientação deve ser individualizada de acordo com o paciente. Há ainda recomendações para cálculo energético em condições específicas como demonstrado na tabela seguinte:
Outras necessidades nutricionais que devem ser avaliadas dizem respeito à necessidade hídrica e à distribuição de macronutrientes de acordo com a faixa etária, podendo os dados abaixo também serem úteis na Terapia Nutricional.
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Referências
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